Nos últimos textos temos abordado o tema do momento, a Covid19. O mundo está em situação de pandemia e os números atualizados no Brasil diariamente retratam o crescimento de contaminados e mortos. Em São Paulo continuamos em isolamento, indo para 60 dias de quarentena.
Todos nós estamos sofrendo em algum grau com esse isolamento e em condomínios a situação não é diferente. Afinal temos um conjunto de pessoas dividindo a mesma comunidade, cada um afetado em maior ou menor grau. Fato é que mesmo tentando manter a rotina, a calma e a paciência, todos somos afetados de alguma forma.
O desgaste dos síndicos já é grande a essa altura, pois nos deparamos a cada dia com situações que desacreditamos provocadas exclusivamente pelo ser humano. O ser humano que deveria observar o contexto mundial e entender como suas atitudes isoladas impactam no todo.
Enquanto no início da pandemia vimos muitas demonstrações de solidariedade, empatia, ajuda e compreensão do momento, após quase 60 dias a realidade em condomínio tem sido de verdadeira guerra, onde muitos moradores não entendem e dificultam a convivência nesse momento delicado.
Nos deparamos diariamente com moradores exaltados, sem paciência com os barulhos produzidos pelos vizinhos de cima, dos lados. Moradores que estão em uma festa eterna e a música toma conta do apto e vai além, se espalhando para os demais. Reformas que são realizadas de pouco em pouco atrapalhando as aulas on-line, as reuniões por conferência os trabalhos em casa. Gente trocando o dia pela noite e fazendo sua faxina na madrugada. Fora as situações inusitadas que têm sido adotadas pelos governantes! Alterações de rodízio, antecipação inesperada de feriado, alterações de rodízio novamente.
Nós síndicos, sentimos na pele que os moradores querem conversar, falar, desabafar. E a tratativa de um assunto que seria simples, tem virado quase que uma sessão de terapia! Todos estão cansados, preocupados, receosos. E nos bastidores os síndicos estão firmes e fortes (esperamos!) percebendo e observando a mudança e impactos em todos os moradores. Seguimos tentando manter um condomínio saudável, em ordem e em paz.
Não sei se os moradores conseguirão entender ou perceber o que nós síndicos estamos passando, mas isso não é o mais importante. O que realmente importa é passarmos por isso da melhor forma que pudermos. E tempo de aprender, crescer e nos tornarmos seres humanos melhores.
Seja lá qual for sua visão ou percepção, saiba que todos sem exceção, somos afetados, temos consequências e estamos sofrendo com os efeitos do distanciamento dos outros e da proximidade de nós mesmos.
Síndica Profissional desde 2015 – Formada pela Assosindicos
Apaixonada por desafios e autoconhecimento
“Dispenso o que não me desafia e não me faz crescer.”
Nenhum comentário